Tiro Prático
IPSC - International Pratical Shooting Confederation

História

Esta modalidade de tiro teve a sua origem no estado americano da Califórnia, na década de 1950, sendo um dos seus principais promotores o Cor. Jeff Cooper. Rapidamente se espalhou por todo o mundo, tendo-se realizado em 1976 a “International Pistol Conference, em Colômbia, Missouri, onde foram estabelecidas as regras básicas, estrutura e organização deste tipo de provas.

 Em Portugal, a modalidade foi introduzida na década de 1990, tendo o Clube Português de Tiro Prático e de Precisão um papel relevante na sua introdução e desenvolvimento. Actualmente é uma das modalidades que movimentam mais atiradores em prova, sendo normal, provas de índole nacional terem mais de duas centenas de atiradores em competição.

 Os elementos essenciais desta modalidade são: precisão, potência e velocidade, sendo o moto desta DVC, que significa Diligentia, Vis, Celeritas. A segurança é igualmente uma das regras fundamentais, assim como o comprimento rigoroso das regras estabelecidas.

Competição

Os atiradores de IPSC devem combinar a precisão, potência da sua arma e velocidade numa combinação que lhe permita sair vencedor. De facto trata-se de uma modalidade em que se utilizam armas de grosso calibre (9x19 mm ou superior) sendo a pontuação diferente conforme o factor de potência utilizado (major e minor).

A prova consiste em disparar sobre alvos de papel ou metálicos a distâncias variáveis. As pistas (stages) que compõem uma prova são diferentes de prova para prova, pondo em teste a imaginação dos designers de prova. Atirar com precisão com uma arma de grosso calibre é bastante mais difícil do que usar uma arma de pequeno calibre, especialmente se o atirador for evoluindo na pista a grande velocidade. A pontuação é obtida dividindo o número de pontos conseguido pelo tempo em segundos que se demorou a realizar a pista. Ganha o atirador que tiver o maior factor de acerto (hit factor – pontos/s). De referir que todos os alvos falhados levam a penalizações de 10 pontos por tiro (valendo um tiro colocado na zona A do alvo 5 pontos).

A construção dos exercícios a executar (pistas) são variadas, assim como o tipo de alvos: fixos, móveis, reactivos, alvos de penalização (non-shoot), etc. A posição de tiro também não é estandardizada, podendo ser necessário atirar de pé, de joelhos, deitado, em movimento, a alvos parados ou em movimento, totalmente expostos ou encobertos parcialmente. As variações possíveis são infinitas, ficando a cargo da imaginação do organizador da prova “inventar” o problema a resolver.

Para que seja possível em segurança tanta movimentação, o atirador é acompanhado constantemente por um arbitro (Range Officer) capaz de aplicar imediatamente todas as disposições regulamentares, que foram elaboradas para permitir uma prática segura e igual para todos os competidores.

Em termos internacionais existem competições de IPSC para pistola, carabina e caçadeira, mas em Portugal devido a restrições legais, só se realizam provas de pistola. A competição de pistola está dividida em cinco divisões: Open, Modified, Standard, Production e Revolver.

Como Praticar IPSC

Para praticar IPSC em Portugal é necessário:

1. Estar inscrito num Clube de Tiro filiado na FPT;
2. Ser detentor de Licença Federativa tipo C;
3. Frequentar com aproveitamento um curso especifico de formação para atiradores de IPSC. O curso é ministrado pelo clube, sendo o exame final realizado pela FPT.

Apesar das suas origens marciais, O IPSC evoluiu para uma modalidade desportiva de interesse mundial, sendo possível de observar em prova armas de competição (race-guns) que em nada se parecem com armas de guerra. Trata-se igualmente de uma modalidade com um aspecto lúdico interessante, tanto para os atiradores como para os assistentes. A velocidade de execução duma pista por um dos atiradores de topo, em especial, se a pista contiver alvos móveis, metálicos ou reactivos pode proporcionar momentos de grande emoção.